quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Amaldiçoado - Crítica



Amaldiçoado (Horns, EUA, 2013) 
Duração: Aproximadamente 120 minutos 
Gênero: Terror, suspense, drama, fantasia, romance 
Diretor: Alexandre Aja 
Roteirista: Keith Bunin (roteiro), Joe Hill (livro)
Elenco: Daniel Radcliffe, Juno Temple, Max Minghella
Filme assistido na Netflix.

Versão curta.

Achei razoável, boas interpretações, suspense com uma trama interessante, porém a metáfora com a degradação humana em busca da verdade não foi bem executada apesar dos bons efeitos especiais.

Versão longa.

Daniel Radcliffe interpreta um jovem chamado Ig que é acusado de ter assassinado sua namorada, Merrin (Juno Temple), gerando a revolta de grande parte dos moradores da cidade em que vive. Um tempo depois ele ganha chifres e as pessoas que o veem sentem uma necessidade incontrolável de dizer a verdade o tempo todo.

Apesar da premissa realista, o fato do personagem ganhar chifres dá um tom fantasioso à história, pois, mesmo com os cornos, as pessoas não se chocam - muito - com tal fato, podendo dar a entender que entorpecidos com tamanho baque visual, elas tendem a desatar a falar o que pensam sem pensar no visual de Ig.

O roteirista relativiza o conceito ocidental de bem e mal ao colocar como protagonista uma pessoa com aspecto demoníaco após profanar homenagens deixadas no local onde a namorada fora encontrada, inclusive quebrando uma imagem da Virgem Maria. Na busca pela verdade, novos fatos são apresentados ao mesmo tempo em que o protagonista busca sua redenção, por sorte a encontra de maneira inesperada na parte final do longa-metragem.

O diretor Alexandre Aja possui alguns trabalhos muito interessantes em sua carreira, caso de Alta Tensão (2003) e Viagem Maldita (2006), Amaldiçoado peca um pouco ao não focar num gênero em específico, pois em grande parte do filme, não fica claro se os chifres são metafóricos ou reais, além de flertar com o suspense, há uma cena forçosamente inserida mais parecendo extraída de uma telenovela mexicana. Se a intenção era emocionar, o resultado foi deprimente.

Amaldiçoado conta com Heather Graham no papel de uma garçonete muito safada, acho um desperdício de talento ao focar muito em seus atributos físicos, como em Se Beber, Não Case! (2009), do que em sua interpretação, cito, por exemplo, Boogie Nights: Prazer Sem Limites (1997). Outro desperdício foi David Morse, que interpreta o pai da menina morta, seu papel poderia ter sido mais bem aproveitado, mas sua presença na reviravolta da trama é risível.

A maquiagem demoníaca de Daniel Radcliffe ficou muito boa, o mesmo não se pode dizer sobre os animais digitais que aparecem durante o filme, os efeitos envelheceram mal, principalmente na parte final. Amaldiçoado tem um pouco de tudo, terror, suspense, gore, romance e principalmente barriga, por conta de algumas inserções do passado dos personagens que poderiam ser suprimidas. O resultado dessa mistura toda é apenas mediano, mais um daqueles filmes razoáveis que servem apenas para passar o tempo.

Trailer