segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Possessão - Crítica



Possessão (The Possession, EUA, 2012) 
Duração: Aproximadamente 92 minutos 
Gênero: Terror, suspense
Diretor: Ole Bornedal
Roteirista: Juliet Snowden e Stiles White (roteiro), Leslie Gornstein (artigo)
Elenco: Natasha Calis, Kyra Sedgwick, Jeffrey Dean Morgan, Madison Davenport
Filme assistido na Netflix.

Versão curta
Filme de terror esquecível, cujos diferenciais são a cultura judaica e ter no elenco o clone de Javier Barden, Jeffrey Dean Morgan.

Versão longa
Ao deparar com Possessão na minha lista do Netflix cometi dois enganos, achei que não tinha visto o filme e pensei que era estrelado por Javier Barden. O longa-metragem conta a história de um pai divorciado (Jeffrey Dean Morgan) passando um fim de semana com suas filhas (Madison Davenport e Natasha Calis) e uma delas é possuída por um espírito ao adquirir uma misteriosa caixa preta.

Como em todo filme de terror que trabalha com aspectos sobrenaturais, ou seja, sem explicitar a figura do espírito e mexendo muito mais com o psicológico dos personagens, Possessão se sai bem, pois o trabalho da atriz Natasha Calis é bem convincente. Há uma progressão no grau de influência que o espírito faz à sua personagem, primeiro com mudanças de comportamento até chegar às físicas. A história é plausível devido ao bom trabalho dos roteiristas Juliet Snowden e Stiles White, os dois trabalharam no roteiro de Presságio (2009), que se basearam num artigo de Leslie Gornstein publicado no Los Angeles Times chamado A jinx in a box? que basicamente fala sobre um leilão de uma caixa de madeira que apareceu no eBay e ganhou repercussão devido a caixa servir de moradia a um espírito segundo o anúncio.

O que acontece de maneira exagerada no início de Possessão é relatado no artigo de Leslie Gornstein, onde o vendedor da tal caixa relata sobre queda de cabelos e uma onda de má sorte, e a caixa seria a morada de um Dybbuk, também escrito como Dibbuk, um espírito que faz parte do folclore judaico e traduzido do iídiche significa literalmente um anexo, uma fenda para algo, é um espírito de alguém que não fez a passagem para o outro mundo, e acaba possuindo o corpo de um sujeito, obviamente, vivo.

Possessão mostra algo da cultura judaica pouco conhecida, a prática do exorcismo, parecido com o exorcismo da cerimônia cristã, faz-se necessário conhecer previamente o nome do espírito para que possa enfraquecê-lo, entretanto a maneira como tal descoberta é feita no filme é frustrante. Explorar o passado do Dybbuk, seria um ponto interessante, poderia acontecer numa continuação, ou prequela, que não foi realizado até o momento.

Em se tratando de efeitos especiais, Possessão ainda é convincente, as cenas envolvendo insetos continuam sendo asquerosas, pois eu detesto insetos de modo geral, e as cenas em que o Dybbuk age são boas, apesar de exagerar um pouco na violência física e deixar as cenas com um leve tom cômico, principalmente no terceiro ato.

Mesmo já tendo assistido ao longa uma vez, eu não lembrava nada até começar a assisti-lo, relembrando vagamente de algumas passagens. Indicaria Possessão a vocês se não houvesse filmes melhores com temática parecida, no caso os trabalhos dirigidos por James Wan (Sobrenatural e Invocação do Mal), se houver curiosidade assista Possessão, entretanto não é garantia de sustos e mesmo com os elementos apresentados nesta crítica tornam Possessão em um filme esquecível.

Trailer